sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Padre Zé profere pronunciamento na Tribuna da Câmara‏



Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

O Brasil atento assistiu na quarta-feira próxima passada, o acirrado debate sobre o salário mínimo. Como é próprio a este plenário, exerceu-se o lídimo embate entre os que, com a Presidente Dilma, defendiam os R$545,00, os que defendiam R$560,00 e outros R$600,00.

Passado o calor das legítimas discussões, debrucemo-nos, serenamente, sobre a legitimidade do que foi aprovado pela maioria do plenário da Câmara, embora tenhamos que aguardar o pronunciar-se do Senado que, certamente, seguirá a trilha do bom senso.

Não estamos aqui a defender, como seria motivo de júbilo, se pudéssemos conceder a todos nossos laboriosos trabalhadores, valores até mais elevados aos propostos pela oposição. No entanto, o tecido da economia nacional é por demais delicado, e se fizermos esforços além de suas limitações, teríamos de esgarçá-lo trazendo consigo uma série de conseqüências imprevisíveis, que em última instância recairiam, inexoravelmente, sobre os próprios trabalhadores. Só a título de lembrança, o retorno da famigerada inflação, que sorrateiramente, como fantasma, já ronda as beiradas de nossa economia. A prudência e o bom senso, já nos convocam a um estado de alerta e vigilância para prevenirmo-nos deste descalabro social.

Outros argumentos poderíamos invocar, mas nos omitimos de fazê-los, já que foram exaustivamente apontados nas múltiplas intervenções dos que com ardor cívico, defenderam o mínimo de R$545,00.

Mas o fulcro e o objetivo deste meu pronunciamento tem dois fundamentos: o primeiro é justificar minha ausência na votação da quarta-feira próxima passada, dia 16 do mês em curso. Fui obrigado, por determinação médica, manter-me recluso, já que fora acometido por uma severa infecção nas vias aéreas superiores que elevaram meus leucócitos acima de 27.000, quando o normal é entre 4.000 a 11.000. Procedeu-se então um distúrbio generalizado que me imobilizou ao recomendado repouso absoluto.

O segundo é afirmar, que se saudável eu estivera, teria votado com o meu partido, o PP, seguindo a base do governo, homologando os R$545,00, já aprovados pela Câmara.

Sinto-me no dever de consciência de justificar minha ausência, para que interpretações outras não venham a surgir.

Neste sexto mandato nunca fugi aos apelos de minha consciência. Reitero assim o voto que daria aos R$545,00 para o salário mínimo no ano em curso.

Muito obrigado.

Padre Zé.

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