A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o 
afastamento de Teodorico José de Menezes Neto do cargo de conselheiro do
 Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE). A decisão, que seguiu o 
voto da presidenta do inquérito, ministra Nancy Andrighi, ainda quebrou 
os sigilos bancário e fiscal do conselheiro e de outros dez indiciados, 
entre eles o deputado estadual Teo Menezes, filho do conselheiro. 
O
 grupo é investigado por supostamente se organizar para desviar recursos
 públicos num caso que ficou conhecido como “escândalo dos banheiros”. 
Por meio de convênios com o estado, entidades civis receberam recursos 
para a construção de módulos sanitários para beneficiar famílias 
carentes das cidades de Pacajus, Pindoretama, Cascavel, Chorozinho e 
Horizonte. 
No entanto, investigação do Ministério Público 
estadual levantou indícios de que houve desvio desses recursos, que 
jamais teriam revertido para o projeto social. As associações não só 
estariam ligadas, como o elo convergiria para os investigados, sendo o 
conselheiro o ponto comum entre todos. À época, ele era o presidente do 
TCE. 
O afastamento do conselheiro não tem prazo e é uma medida 
cautelar para assegurar a ordem pública e a colheita de provas sem a 
interferência da autoridade. A ministra Andrighi destacou que, durante o
 afastamento, o conselheiro não poderá ter acesso às dependências 
privativas de servidores e membros do TCE, especialmente as áreas 
reservadas do seu gabinete, nem poderá utilizar carro oficial. 
Organização criminosa O
 grupo é investigado por formação de quadrilha, falsidade ideológica e 
peculato. Os membros das associações beneficiadas são servidores 
comissionados do TCE nomeados por Teodorico Menezes Neto e, além do 
deputado Teo Menezes, outros dois filhos do conselheiro estariam 
envolvidos no esquema. 
Num dos episódios, em julho de 2010, um 
servidor do TCE que integra uma das associações teria quitado com cheque
 no valor de R$ 157.800 o financiamento de um imóvel no nome do 
conselheiro junto à Caixa Econômica Federal. No mesmo dia, a associação 
havia recebido R$ 200 mil relativos ao convênio. 
A pedido do 
Ministério Público Federal (MPF), a Corte Especial deu prazo de 30 dias 
para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) emita 
parecer sobre a movimentação bancária dos indiciados. 
O 
afastamento do deputado Teo Menezes, também requerido pelo MPF, foi 
negado, porque a ministra Andrighi concluiu que, até o momento, não há 
elementos concretos de que ele tivesse ciência da origem de R$ 131 mil 
doados para sua campanha e que, supostamente, teriam sido repassados por
 pessoas ligadas às associações envolvidas no esquema.
 
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