domingo, 19 de setembro de 2010

O impacto da bomba cearense


Cid Gomes tem 54% das intenções de voto para governador e, Tasso Jereissati, 51% para o Senado.

Como acontece há 24 anos, quando se juntaram no PMDB para derrotar os caciques regionais agrupados no PDS, também neste ano os irmãos Gomes deverão vencer, assim como o senador Tasso Jereissati, candidato à reeleição. Desde 1996 em partidos distintos (PSB e PSDB, respectivamente), Ciro e Tasso já apoiaram diferentes candidatos à Presidência, mas nunca desfizeram totalmente a aliança local – que sofreu fortes abalos depois que Cid decidiu não apoiar o tucano explicitamente. Na oposição, Tasso assistirá da tribuna o desenrolar do episódio que envolve os antigos aliados.

O alto calibre das denúncias também testará a consistência da vasta aliança partidária que apoia Cid Gomes, abalada por cenas de ciúme explícito protagonizadas pelos candidatos ao Senado. Eunício Oliveira, do PMDB, com 38% nas pesquisas eleitorais, e José Pimentel, do PT, com 37%, disputam o apoio do governador na briga pela segunda vaga ─ a primeira deverá ficar com Tasso, que lidera a corrida com 51%. O grau de irritação poderá subir com a elevação da temperatura política.

Seja qual for o impacto do escândalo no quadro estadual, o vitorioso será um aliado do Planalto. Tanto Cid Gomes (54% nas pesquisas) quanto Lúcio Alcântara, do PR, segundo colocado com 16%, apoiam Dilma Rousseff. O palanque regional de Serra é liderado pelo tucano Marcos Cals, estacionado no terceiro lugar com 10%. Mas os efeitos da bomba que emergiu das páginas de VEJA não ficarão restritos ao Ceará. Por envolverem Ciro Gomes, instalarão no noticiário político-policial mais um ex-ministro de Lula.
Fonte: Revista Veja: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-impacto-da-bomba-no-ceara

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