sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dilma chama a religião de mais de um bilhão de pessoas de “a crença do papa”. Achei que também fosse a dela…

“Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Encaro que ele tem o direito de manifestar o que ele pensa. É a crença dele e ele está recomendando uma orientação”.

É a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, referindo-se ao pronunciamento inequívoco do papa Bento 16, que condenou o aborto e recomendou aos bispos brasileiros que orientem seus fiéis a não votar em candidatos que defendam a legalização. Já escrevi a respeito.

“É a crença dele…” Errado! É a crença de mais de um bilhão de católicos no mundo inteiro, para os quais o papa é a máxima autoridade religiosa. O PT pediu — e ministro Henrique Neves, do TSE, autorizou — que impressos dando EXATAMENTE ESSA ORIENTAÇÃO fossem recolhidos. Era uma encomenda da Diocese de Guarulhos.

“Crença dele?” Achei que fosse a dela também. Nos últimos dois meses, eu a vi na Igreja algumas vezes. Na Basílica de Aparecida, ela até chegou a fazer o “Pelo Sinal”. Como Gilberto Carvalho, o réu, não conseguiu dar um curso intensivo, ela errou um tantinho a seqüência “esquerda-direita” na hora de representar o Lenho Sagrado. Acrescentou ainda um toque a mais no nariz etc. Ela queria nos passar a idéia de uma conversão sincera. “Crença dele”???

Instada a comentar a reação do PT à recomendação de igrejas cristãs em favor do voto antiaborto, ela comentou:

“Vamos separar as questões. Eu não acho que o papa tem nada a ver com isso. No Brasil, ocorreu outra coisa: uma campanha que não veio à luz do dia; quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações,calúnias e algumas feitas ao arrepio da lei porque a lei proíbe que isso ocorra. Ele veio a público e falou a posição dele”.

Epa! Há uma salada russa aí. O impresso que o PT pediu para recolher não poderia estar mais à luz do dia; não poderia ser mais iluminado: trazia a assinatura de três bispos; foi redigido pela Comissão de Defesa da Vida da Regional Sul I, da CNBB.

Quais as calúnias? Quais as difamações?
Pergunta - Dilma é ou não favorável à descriminação do aborto?
Resposta - É. Entrevista à Folha em 2007 e à Marie Claire em abril de 2009 provam que sim.
Pergunta - Dilma integra ou não um governo que agiu em favor da descriminação do aborto?
Resposta - Sim!
Pergunta - O Programa Nacional de Direitos Humanos que ganhou forma final na Casa Civil, quando Dilma era ministra, trazia ou não a descriminação do aborto como diretriz?
Resposta - Sim!
Veja o vídeo abaixo:

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