No início deste ano, os preços dos combustíveis voltaram a subir,
preocupando os proprietários de veículos automotores. Devido à
entressafra da cana-de-açúcar, a gasolina registrou um aumento
médio de oito centavos e o álcool ficou cerca de 15 centavos
mais caro, ultrapassando a barreira dos R$ 2,00. No entanto,
nem todos os postos atualizaram os valores, fazendo com que a
variação no preço do litro da gasolina, por exemplo, seja até de
10,1% entre um posto e outro. Enquanto alguns postos cobram
R$ 2,69 pelo litro da gasolina, em outros esse valor fica em torno
de R$ 2,42, uma diferença de 27 centavos. Já no preço do
álcool, a variação é ainda maior: de R$ 1,81 a R$ 2,22, o que
representa uma diferença de 41 centavos.
“Essa diferença é fruto da concorrência acirrada no mercado.
Quando um posto baixa o preço, o posto vizinho é obrigado a
fazer o mesmo para garantir as vendas e pagar as contas no final
do mês, ainda que tenha prejuízos. Já os postos mais
do mês, ainda que tenha prejuízos. Já os postos mais
capitalizados não precisam reduzir os preços”, explica o
presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo no Ceará (Sindipostos), Guilherme Meireles.
Conforme o presidente, a concorrência é bastante negativa para
o setor, uma vez que os postos menos capitalizados não
conseguem obter lucro significativo, registrando prejuízos com
frequência. Já para os consumidores, a concorrência entre os
postos de combustíveis mostra-se positiva, possibilitando o
abastecimento dos veículos por um preço menor.
CONSUMIDOR
Para o estudante universitário Sérgio Silva Júnior, a grande
diferença de preços entre os postos pode atrapalhar o
consumidor. “Às vezes, a gente quer economizar e abastecer
onde está mais em conta, mas isso implica em um grande
deslocamento. Você deixa de abastecer no mais próximo da sua
casa em nome de 10, 20 centavos por litro e acaba gastando
mais gasolina para ir até o posto onde o combustíveis está mais
barato”, opina.
Já o advogado Marcus Vinícius Pereira acredita que a diferença
de preços entre os postos de combustível é uma demonstração
do livre mercado. “Essa diferença nos preços é muito boa para o
consumidor, pois reflete um mercado de consumo justo, que
permite a concorrência e evita a cartelização dos postos”, afirma.
Na hora de abastecer o carro, o advogado diz que opta pelo meio
termo: posto com preço mais barato, mas que não precise de um grande deslocamento.
termo: posto com preço mais barato, mas que não precise de um grande deslocamento.
VARIAÇÃO NO INTERIOR CHEGA A R$ 0,56
No interior do Ceará, o preço da gasolina costuma ser bem mais
caro que o cobrado na Capital. De acordo com o Sindipostos, a
explicação para o preço mais elevado está no custo do frete para transportar o combustível. Com relação aos preços praticados
na capital, o litro de gasolina vendido no interior pode ser até 56
centavos mais caro. O município de Ipu, localizado na Serra da
Ibiapaba, é um dos que apresentam o preço mais caro no litro
da gasolina: R$ 2,98.
da gasolina: R$ 2,98.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), não há controle sobre os valores
praticados nos postos de combustíveis do Brasil, há apenas a
realização da consulta periódica de preços. A informação foi
ressaltada pelo presidente do Sindipostos. “Há liberdade para os
proprietários de postos de combustíveis cobrarem o que
quiserem. Cabe ao consumidor decidir o preço que quer pagar”,
afirma Meireles. (Jornal o Estado)
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