Foi um político e o vigésimo segundo presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 — data em que renunciou, alegando que "forças ocultas" o obrigavam a esse ato. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo PTB. Foi o único sul-mato-grossense presidente do Brasil.
Jânio não alcançou o poder na crista de uma revolução armada, como Getúlio Vargas. Não era rico, não fazia parte de algum clã, não tinha padrinhos, não era dono de jornal, não tinha dinheiro, não era ligado a grupo econômico, não servia aos Estados Unidos nem à Rússia, não era bonito, nem simpático. O que era, então, Jânio Quadros?
Jânio representava a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. Embora Jânio fosse considerado um conservador - era declaradamente anticomunista - seu programa de governo foi um programa revolucionário.
Jânio condecorou, no dia 19 de agosto de 1961, com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul Ernesto Che Guevara, o guerrilheiro argentino que fora um dos líderes da revolução cubana - e era ministro daquele país - em agradecimento por Guevara ter atendido a seu apelo e libertado mais de vinte sacerdotes presos em Cuba, que estavam condenados ao fuzilamento, exilando-os na Espanha. Jânio fez esse pedido de clemência a Guevara por solicitação de dom Armando Lombardi, Núncio apostólico no Brasil, que o solicitou em nome do Vaticano. A outorga da condecoração foi aprovada no Conselho da Ordem por unanimidade, inclusive pelos três ministros militares.
Em represália ao que foi descrito como um apoio de Jânio ao regime ditatorial de Fidel, nesse mesmo dia, Carlos Lacerda entregou a chave do Estado da Guanabara ao líder anticastrista Manuel Verona, diretor da Frente Revolucionária Democrática Cubana, que se encontrava viajando pelo Brasil em busca de apoio à sua causa.
Mas como seria um debate entre ele e Dilma?
Primeiro quero lembrar que Jânio chegou à presidência da República de forma muito veloz. Em São Paulo, exerceu sucessivamente os cargos de vereador, deputado, prefeito da capital e governador do estado. Tinha um estilo político exibicionista, dramático e demagógico. Conquistou grande parte do eleitorado prometendo combater a corrupção e usando uma expressão por ele cunhada: varrer toda a sujeira da administração pública. Por isso o seu símbolo de campanha era uma vassoura.
Pois bem. Jânio era muito culto e faria a seguinte pergunta a Dilma, verbis:
– Candidata Dilma Rousseff. Minha pergunta magna, neste bloco, será precedida de outras, adjuvantes, que a preparam e justificam. Tem a senhôra curso primário completo? Indago isto porque suas respostas até aqui não apontam para essa remota possibilidade. Se o tiver, gostaria que a candidata declinasse o nome de sua professora, que a esta altura deve ser um senhorinha em justo gozo de seu ócio com dignidade, usufruindo do parco pecúnio que amealhou em vida, ou, mais provavelmente, sobrevivendo à míngua dos proventos previdenciários que seu governo reajustou com impiedosa sovinice. Na pior das hipóteses, ou na melhor, já não o sei, repousa ela em floridos Campos Elíseos. Bem, mas, viva fosse, eu me atreveria a perguntar-lhe: lembra-se de ter dado aulas a uma Dilma Rousseff? Recorda-se de sua presença física em classe, materializando o nome constante na lista de chamada corrida pelo bedel? Em caso positivo, diria a senhôra ter sido ela então sua pior aluna?
Mas, candidata Dilma, na impossibilidade de desfazer desse modo o mistério que cerca sua escolaridade, e que explicaria por linhas tortas sua clamorosa insuficiência intelectual, peço-lhe vênia para ir ao cerne do enigma que nos assombra nesta noite: como ousa a senhôra candidatar-se à Presidência da República?
Precisaríamos de Jânio, de novo, só por uma noite.
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