Não sei quem vai vencer a eleição de 2010 — eu adoro começar os meus textos com esta frase, hehe, porque imagino a cara de tacho dos que sabiam… —, mas asseguro que os petistas andam muito preocupados. E o debate de ontem, promovido pela Folha e pela Rede TV, ajuda a explica por quê. Vamos ser claros? A candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, está perdida e vive o seu pior momento desde que a corrida começou. Se isso vai ou não se refletir nas urnas, bem, isso eu também não sei.
Exceção feita àqueles que são fãs do PT e que votam no partido ainda que o candidato seja um poste de bigode, acho difícil que alguém possa dizer que Dilma se saiu bem no embate de ontem. Já o tucano José Serra teve o seu melhor desempenho.
Eu não sei quem vai vencer a eleição de 2010, mas se nota um certo esgotamento da tática petista. Os ataques permanentes ao governo FHC e a louvação exagerada de Lula foram armas muito eficientes no primeiro turno, diante de uma campanha de Serra que não conseguia, isto é evidente, encontrar o tom, perdendo-se num administrativismo minimalista, embora tocasse, sim, em questões sérias e graves da gestão, como a saúde por exemplo. Mas faltavam a voz e a postura do estadista, do governante com uma mensagem. E isso apareceu no segundo turno na campanha eleitoral — que descobriu que quem só apanha perde — e nos debates. E Dilma, que realmente esperava triunfar no primeiro turno, perdeu o rumo. E não o encontrou até agora.
Lula vai ter de se desdobrar e entrar ainda mais na campanha. Pode dar certo? É claro que pode. Mas também pode reforçar a suspeita de que Dilma é incapaz de andar pelas próprias pernas e de que alguém assim não pode presidir o Brasil. É uma operação de risco.
Nos estúdios da Rede TV, o clima entre os petistas, ao fim do encontro, era de velório. Tivessem ido bem, viria a arrogância conhecida. Eles não sabem ganhar ou perder nem um mísero debate. E, nesse caso, não dá para chamar a Polícia Federal.
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