O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, saiu em defesa da procuradora Sandra Cureau, sua vice para as questões eleitorais, ao dizer que um partido político não deve, "de forma equivocada", intimidar a atuação "legítima" do Ministério Público.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chegou a dizer que estudava entrar com uma representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) contra Cureau, por críticas que ela fez à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha. Nesta segunda-feira, porém, ele afirmou que não há definição se haverá ou não essa representação.
Após a ameaça, Gurgel afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "o Ministério Público tem exercido corretamente suas funções eleitorais, atuando adequadamente para o fiel cumprimento da lei eleitoral" e avaliou como lamentável a atitude do PT.
"É lamentável que qualquer partido político, que deveria estar preocupado em cumprir a lei, tente de forma equivocada intimidar a atuação legitima da Instituição".
Na semana passada, Cureau abriu processo administrativo para investigar o uso da máquina administrativa pelo presidente Lula em favor da candidata petista Dilma Rousseff.
No lançamento do trem-bala, evento público ocorrido no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), Lula atribuiu à Dilma os méritos do projeto. No dia seguinte, Lula se desculpou, mas voltou a elogiar a candidata de seu partido
"Eu fiquei quase que na obrigação moral de dizer que quem tinha começado a trabalhar a questão do trem-bala, a começar o projeto, a discutir, tinha sido a companheira Dilma. Possivelmente não devesse ser eu a ter falado, tinha outros companheiros", disse.
Dois dias depois do evento, Cureau afirmou que a atitude do presidente configurava abuso de poder político e econômico, o que poderia até gerar a cassação do registro da candidata petista.
Ela fez a ressalva de que avaliava o caso com base em reportagens publicadas em jornais, mas requisitou os vídeos do evento, peças fundamentais para abertura de uma ação de investigação contra Lula e Dilma.
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