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quarta-feira, 10 de março de 2010
Jereissati abandona José Serra no Ceará
Movimentos recentes do senador Tasso Jereissati (PSDB) podem alterar o cenário da eleição estadual. Isso porque o tucano recusou-se a lançar um nome ao Governo do Ceará, decisão respaldada pela direção nacional do PSDB. As informações são do blog do jornalista Josias de Souza, do portal UOL.
Tasso conta com o apoio do governador Cid Gomes e do deputado federal Ciro Gomes (ambos do PSB) para reeleger-se ao Senado, o que explica o gesto do tucano. Com a decisão, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, ficará sem palanque no Ceará. Cid apoiará a candidata do Planalto, Dilma Rousseff, ou, talvez, o irmão Ciro Gomes. Na eleição presidencial de 2002, Tasso endossou a candidatura de Ciro, então concorrendo pelo PPS.
Na última sexta-feira, em Sobral, durante homenagem da faculdade de Medicina da UFC, Tasso afirmou, em conversa com os jornalistas, que o governador merece ser reeleito. Já Cid, indagado se Tasso é uma referência administrativa para o atual governo, respondeu: “Vocês sempre vão me ver dizendo isso. Tasso é o maior homem público do Ceará. E não falo isso para agrada. É um dever com a minha consciência”.
Mudança de planos
Com Tasso marchando ao lado de Cid, o PT poderá mudar seus planos para o pleito estadual. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, que também preside o diretório estadual petista, já reiterou dezenas de vezes que não há a menor possibilidade de o PT associar-se politicamente com o senador tucano.
Na última segunda-feira, Luizianne declarou que, “caso o PT tenha de sair com candidatura própria ao Governo do Estado, há nomes para cumprir esta tarefa”. A prefeita diz que “a priori, todas as possibilidades estão colocadas, embora a gente tenha uma vontade política de apoiar a candidatura do governador Cid Gomes”. Ela deixou claro, entretanto, que a “conjuntura política” pode alterar o planejamento petista.
O apoio de Tasso à reeleição de Cid Gomes cria ainda um impasse relacionado às articulações para a corrida ao Senado. PT e PMDB esperavam indicar os dois candidatos a senador na chapa de Cid: respectivamente, José Pimentel, ministro da Previdência, e Eunício Oliveira, deputado federal e ex-ministro das Comunicações. Se o peso político de Tasso prevalecer, um desses candidatos poderá ser descartado.
Trem atrasado
Tasso declarou ontem que a demora de José Serra em assumir oficialmente sua candidatura presidencial é contraproducente. “O nosso trem está atrasado. Quando falo em ser candidato, é cair na rua, cair na vida. Articular, fazer visitas, chamar os estados, dar entrevistas e garantir na imprensa o mesmo espaço dado ao adversário”, exortou, fazendo referência à candidata do Planalto, Dilma Rousseff, que vem cumprindo uma intensa agenda publicitária ao lado do presidente Lula em todo o País.
(Fonte: site Jornal o Estado)
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